Imagine um templo tão grandioso que superava todos os outros em tamanho e beleza, decorado com 127 colunas gigantescas e dedicado a uma das deusas mais veneradas do mundo antigo: Ártemis, a protetora da natureza, da caça e da fertilidade.
Esse lugar realmente existiu. Era o Templo de Ártemis em Éfeso, uma das Sete Maravilhas do Mundo Antigo — e também uma das mais enigmáticas.
O que fez esse templo ser tão admirado? Onde ele ficava? E por que foi destruído?
Vamos descobrir juntos.
Onde ficava o Templo de Ártemis?
O templo estava localizado em Éfeso, uma das cidades mais importantes do Império Grego e, posteriormente, do Império Romano. Hoje, suas ruínas ficam próximas da cidade de Selçuk, na atual Turquia.
Éfeso era um centro de comércio e espiritualidade. Recebia milhares de visitantes e peregrinos todos os anos. E, no centro de tudo, estava o templo — um santuário sagrado que atraía desde reis até viajantes comuns.
Quem era Ártemis e por que ela era tão adorada?
Na mitologia grega, Ártemis era filha de Zeus e irmã gêmea de Apolo. Deusa da caça, da vida selvagem, da castidade e da proteção das mulheres, era também símbolo da mãe natureza.
Mas em Éfeso, seu culto era ainda mais profundo. A deusa era associada à fertilidade e representada de forma diferente da imagem grega tradicional — com vários seios e aparência mais antiga, influenciada por religiões pré-helênicas.
Para os efésios, Ártemis era a “Grande Mãe”, capaz de dar e tirar a vida.
Como era o Templo de Ártemis em Éfeso?
Estrutura impressionante:
Cerca de 137 metros de comprimento por 69 metros de largura
127 colunas de mais de 18 metros de altura, em estilo jônico
Piso de mármore, estátuas gigantescas, entalhes e altares luxuosos
Iluminado com tochas e velas, o templo brilhava à noite como um farol sagrado
Era tão grandioso que foi descrito como “o templo que ofuscava todas as outras maravilhas” por Antípatro de Sídon, o poeta que listou as 7 Maravilhas do Mundo Antigo.
Quantas vezes ele foi construído?
Essa é uma curiosidade pouco conhecida: o templo foi reconstruído ao menos três vezes.
1. Primeira versão (século VII a.C.): feita de pedra calcária simples, foi destruída por enchentes.
2. Segunda versão (cerca de 550 a.C.): majestosa, ricamente decorada — foi queimada por Heróstrato, um homem que queria “ficar famoso”.
3. Terceira versão (cerca de 323 a.C.): ainda maior, patrocinada por Alexandre, o Grande. Esta é considerada a versão “maravilha”.
O incêndio de Heróstrato: vaidade ou loucura?
Em 356 a.C., um homem chamado Heróstrato ateou fogo ao templo para “entrar para a história”. E conseguiu — mesmo com os gregos proibindo que seu nome fosse mencionado por lei.
Ironia histórica: a mesma noite do incêndio foi a data do nascimento de Alexandre, o Grande.
O templo foi posteriormente reconstruído, mas o gesto de Heróstrato se tornou um símbolo do ego destrutivo, ainda citado até hoje.
Qual era o papel do templo na sociedade?
Centro espiritual: mulheres, crianças e até soldados oravam por proteção
Centro econômico: recebia doações, tributos e movimentava o comércio local
Centro cultural: sede de festivais religiosos como a Artemísia, com danças, esportes e procissões
Era também refúgio sagrado, onde até criminosos tinham direito de asilo — o que gerava tensão com autoridades civis.
O que causou sua destruição final?
Apesar de ter sobrevivido a incêndios e terremotos, o templo foi finalmente destruído pelos cristãos no século IV d.C., durante a ascensão do Império Romano Cristão.
O bispo João Crisóstomo ordenou que o templo fosse demolido, classificando-o como “obra pagã”.
Ao longo dos séculos seguintes, pedras e colunas foram reutilizadas em outras construções, como:
A Basílica de Santa Sofia (Istambul)
Fortalezas otomanas e bizantinas
Casas locais em Éfeso
Existe algo do templo ainda hoje?
Sim — embora muito pouco.
As escavações do século XIX revelaram alguns alicerces, colunas e esculturas fragmentadas, hoje preservados no Museu Britânico de Londres e no Museu Arqueológico de Éfeso.
No local original do templo, há apenas uma única coluna reconstruída com fragmentos — uma lembrança solitária de um passado glorioso.
Curiosidades pouco conhecidas
Algumas sacerdotisas do templo tinham status quase real, com poder político.
O templo era tão rico que chegou a ser considerado o primeiro banco do mundo — armazenando ouro, oferendas e riquezas de nobres.
O culto a Ártemis em Éfeso resistiu por séculos, mesmo após o domínio romano.
Sua construção usou tecnologias avançadas, como bases com amortecimento de vibração, para evitar rachaduras com terremotos.
O Templo na Bíblia?
Sim. O Templo de Ártemis é mencionado no Livro dos Atos dos Apóstolos, no capítulo 19, quando Paulo causa polêmica ao pregar o cristianismo em Éfeso. Isso gera uma revolta popular, pois os efésios temiam a queda do culto à deusa.
“Grande é a Ártemis dos Efésios!”, gritava a multidão.
Isso mostra o impacto religioso e cultural que o templo exercia até mesmo na era cristã primitiva.
O que podemos aprender com o Templo de Ártemis?
A força dos símbolos religiosos na política e na cultura
A obsessão humana por deixar legados eternos
A destruição como parte do ciclo da história — e da memória
Mais do que um templo, Ártemis representa a eternidade da fé humana, mesmo que seus monumentos físicos desapareçam.
Conclusão
O Templo de Ártemis em Éfeso foi mais que uma construção — foi um centro de fé, arte, política e memória. Destruído fisicamente, mas preservado na história, ele continua a nos fascinar pelo que representa:
A conexão entre os deuses, os homens e a arte que atravessa séculos.
FAQ – Perguntas Frequentes
Onde ficava o Templo de Ártemis?
Em Éfeso, atual Turquia, próximo à cidade de Selçuk.
Por que o templo foi destruído?
Ele foi queimado por Heróstrato e, depois, demolido pelos cristãos no século IV d.C.
O templo existe hoje?
Só restam ruínas — uma única coluna foi reerguida no local original.
O que o tornava uma Maravilha do Mundo?
Seu tamanho colossal, beleza arquitetônica e importância religiosa.
Quem era Ártemis?
Deusa grega da caça, fertilidade e natureza. Em Éfeso, ela era cultuada como deusa-mãe.
Fontes de Referência Oficiais
1. **World History Encyclopedia – Temple of Artemis at Ephesus**
https://www.worldhistory.org/Temple\_of\_Artemis\_at\_Ephesus
2. **Ancient Origins – Artemis and Her Temple**
https://www.ancient-origins.net/ancient-places-europe/temple-artemis-0012261
3. Encyclopaedia Britannica – Temple of Artemis
https://www.britannica.com/topic/Temple-of-Artemis
4. BBC History – The Seven Wonders of the Ancient World
https://www.bbc.co.uk/history/ancient/cultures/seven\_wonders\_gallery\_02.shtml
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